Fruto de parceria bem sucedida entre a Fundação Cultural e Universidades Federais, o “Quilombo” alcança 2º lugar dentre 119 produções nacionais.
Quem diria que a vida do seu Cici estaria na telona? E que ainda ganharia prêmio? Humilde e risonho, descendente de escravos, jogador de futebol, casado com filhos, nascido na localidade serrana conhecida como Quilombo é um dos protagonistas do documentário de mesmo nome.
A história de Alci da Silva, o homem simples de 89 anos, que teria sido expulso de suas terras em pleno século XX, foi uma das muitas descobertas da historiadora da Fundação Cultural, Renata Lima que, desde o início da graduação em História, pela Universidade Federal Fluminense – UFF, procurou descobrir vestígios da presença de escravos fugidos na região.
As recorrentes visitas à Biblioteca Nacional e ao Centro de Memórias de Nova Friburgo, além do acesso a outras fontes privadas acabaram por revelar documentos dos séculos XVI e XVII, cartas e mapas que comprovariam a doação de terras da Coroa Portuguesa - hoje, serra de Casimiro de Abreu – a colonos alemães e suíços.
Do provável refúgio de escravos, os manuscritos contam a difícil chegada dos colonos, em parte pelo solo acidentado e íngreme e da presença quilombola na região. Da retirada e devolução dos negros à Coroa pouco se sabe, no entanto, hoje a localidade é habitada somente pelos descendentes europeus. De acordo com a historiadora, o último século foi palco de disputas pelas terras em questão, sendo retirada a última família descendente de escravos há aproximadamente 40 anos. “Durante as gravações percebemos a revolta dos familiares do seu Cici pelo acontecido”, confessa.
A partir de depoimentos, narrativas históricas e leituras de documentos, o curta de 16 minutos apresenta o debate acerca da ocupação das terras e da retirada dos negros de área quilombola - a Constituição Federal brasileira, através do artigo 216, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, reconhece às comunidades remanescentes de quilombo o direito à propriedade de suas terras - e reflete as atitudes da sociedade em que estamos inseridos. A paisagem exuberante e a garra da jovem equipe são o pano de fundo que se somam ao enredo para garantir o sucesso da obra.
Exibido no sábado, dia 2 de outubro, na Euterpe Lumiarense, com entrada franca, o curta pode ser votado tanto pelo júri popular como pela organização do evento, atingindo 109 pontos, ficando atrás somente do curta ‘Laurimar e outras lendas, com 114 pontos. Para a equipe, o momento é de alegria: "Estamos festejando muito! Os anos de pesquisa, de trabalho em várias frentes, estão dando frutos.", disse Renata. A data para a entrega do ‘Troféu Cinema Popular Brasileiro’, confeccionado por artistas locais, ainda não foi divulgada.
Quem diria que a vida do seu Cici estaria na telona? E que ainda ganharia prêmio? Humilde e risonho, descendente de escravos, jogador de futebol, casado com filhos, nascido na localidade serrana conhecida como Quilombo é um dos protagonistas do documentário de mesmo nome.
A história de Alci da Silva, o homem simples de 89 anos, que teria sido expulso de suas terras em pleno século XX, foi uma das muitas descobertas da historiadora da Fundação Cultural, Renata Lima que, desde o início da graduação em História, pela Universidade Federal Fluminense – UFF, procurou descobrir vestígios da presença de escravos fugidos na região.
As recorrentes visitas à Biblioteca Nacional e ao Centro de Memórias de Nova Friburgo, além do acesso a outras fontes privadas acabaram por revelar documentos dos séculos XVI e XVII, cartas e mapas que comprovariam a doação de terras da Coroa Portuguesa - hoje, serra de Casimiro de Abreu – a colonos alemães e suíços.
Do provável refúgio de escravos, os manuscritos contam a difícil chegada dos colonos, em parte pelo solo acidentado e íngreme e da presença quilombola na região. Da retirada e devolução dos negros à Coroa pouco se sabe, no entanto, hoje a localidade é habitada somente pelos descendentes europeus. De acordo com a historiadora, o último século foi palco de disputas pelas terras em questão, sendo retirada a última família descendente de escravos há aproximadamente 40 anos. “Durante as gravações percebemos a revolta dos familiares do seu Cici pelo acontecido”, confessa.
A partir de depoimentos, narrativas históricas e leituras de documentos, o curta de 16 minutos apresenta o debate acerca da ocupação das terras e da retirada dos negros de área quilombola - a Constituição Federal brasileira, através do artigo 216, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, reconhece às comunidades remanescentes de quilombo o direito à propriedade de suas terras - e reflete as atitudes da sociedade em que estamos inseridos. A paisagem exuberante e a garra da jovem equipe são o pano de fundo que se somam ao enredo para garantir o sucesso da obra.
Exibido no sábado, dia 2 de outubro, na Euterpe Lumiarense, com entrada franca, o curta pode ser votado tanto pelo júri popular como pela organização do evento, atingindo 109 pontos, ficando atrás somente do curta ‘Laurimar e outras lendas, com 114 pontos. Para a equipe, o momento é de alegria: "Estamos festejando muito! Os anos de pesquisa, de trabalho em várias frentes, estão dando frutos.", disse Renata. A data para a entrega do ‘Troféu Cinema Popular Brasileiro’, confeccionado por artistas locais, ainda não foi divulgada.
Fonte: Blog da Fundação Cultural
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