Cresce produção de fibra de bananeira em Casimiro

O fio da fibra seca de bananeira desliza habilmente pelos dedos da artesã, passa pelo tear, e aos poucos, entre trançados e movimentos ensaiados, começa a ganhar forma com outros tantos fios. Uma peça de palha começa a existir no Espaço Arte Natural (antiga Casa do Artesanato) de Casimiro de Abreu, e se juntar a outras já prontas para serem expostas e vendidas no local.
Esta é a rotina de quase 200 mulheres, entre aprendizes e profissionais que se dedicam a fabricar peças de artesanato, a maioria com fibra de bananeira. Este tipo de atividade se tornou referência em Casimiro de Abreu nos últimos dez anos. Há dois pontos de venda no município. Um no bairro Mataruna (Rua Geny da Cruz Leite) e outro na BR-101, próximo à entrada da cidade. Muitos brasileiros e estrangeiros são clientes.
O Espaço Arte Natural existe para o ensino de vários tipos de artesanato (fibra, bordado, crochê, cerâmica, pintura, entre outros), e para auxiliar na geração de renda familiar. Quando aptas, as alunas podem vender as peças no local. O lucro é divido em 50% para a artesã e a instituição. “Também iniciamos um ponto de venda de nossas peças em Búzios. Turistas do país e de várias partes do mundo estão conhecendo o nosso artesanato em fibra de bananeira. Aqui no município, há pouco tempo, recebemos um grupo de franceses que comprou muitas de nossas peças. Sucesso total”, diz a coordenadora Eliane Miranda.
São tapetes, bolsas, carteiras, jogos americanos, cortinas, abajures, estojos, mochilas, quadros, cadeiras, móveis, aplicação de paredes e uma série de objetos feitos com a palha da bananeira. Tudo do tronco da árvore frutífera é aproveitado. O miolo do caule é triturado, transformado em pasta, e mais tarde, o resultado do processo vira papel. Este artigo pode ser usado em embalagens, convites de festas, revestimentos e afins.
Para obter quatro metros de fibra, é preciso dez caules de bananeira. São quatro camadas de tronco de onde se retira fibra para cestaria, fibra interna, fibra tipo renda e o fio nobre. Produtores da zona rural de Casimiro de Abreu fornecem a matéria-prima três vezes por semana. A “desfibração” é feita pacientemente pelas artesãs. As camadas de fibras são postas para secagem sob o sol de dois a quatro dias, dependendo da temperatura e do clima. Depois de secas, algumas são tingidas, mas muitos consumidores preferem a cor crua original da palha. Em seguida, os teares entram em ação. As peças são confeccionadas a metro. O valor do tecido varia, podendo chegar a R$22 o metro.
A beleza e a qualidade das peças impressionam os visitantes. Na loja central, duas turistas da cidade mineira Mar de Espanha foram às compras. “Eu adorei. Além das peças de palhas, têm também objetos domésticos. Tudo com muito bom gosto”, elogia Maria de Lourdes Pereira. O artesanato local é quase sempre uma boa opção de presente. “Estou levando vários artigos para mim, parentes e amigos”, conta Cirene Vito. A vendedora e artesã Wilma Tatagiba comemora. “Fico feliz com o resultado de nosso trabalho”, diz.
A produção artesanal do Espaço Arte Natural de Casimiro de Abreu está em alta. Em setembro é realizada a Festa de Aniversário da cidade que comemora 151 anos. Um grande evento com diversas atrações está sendo programado pela prefeitura. O artesanato local ganha ainda mais destaque. “Estamos a todo vapor. As artesãs estão fazendo plantões em escalas durante alguns dias da semana. Queremos exibir e vender o máximo de peças de fibra de bananeira e de outros materiais. Acho que o público vai adorar”, planeja Eliane Miranda. É uma oportunidade a mais para conhecer o belo artesanato casimirense.
Fonte: ascom

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